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O uso de armadilhas como artifício tem relação analógica com o consumo.


Se o século XX foi marcado, dentre outros grandes inventos humanos, pelo surgimento do processamento de dados, da inteligência artificial e da internet, em que computadores alcançam uma velocidade de processamento maior do que de corpos físicos, o século XXI em suas primeiras décadas, vem sendo marcado, dentre outras grandes mudanças, pela revolução na comunicação através do Big Data (conjunto de dados usados também para decifrar comportamentos humanos), no qual os Smartphones e computadores pessoais se tornaram uma espécie de decodificadores da “genética da mente”.

Tais dados se tornaram uma ferramenta poderosa de controle dos indivíduos. Eles são utilizados por grandes empresas da área de tecnologia da informação para oferecer todo e qualquer tipo de conteúdo do seu interesse através de algoritmos próprios. Dessa forma, cria-se a possibilidade de direcionamento, individualizado, do teor do conteúdo que lhes é conveniente. A partir daí, o conteúdo pode ser utilizado desde a publicidade até prováveis interferências políticas em eleições de grandes potências econômicas e militares internacionais, como vem sendo noticiado nos últimos meses.

Sendo assim, o uso destas tecnologias, ao mesmo tempo em que nos possibilita enormes benefícios, camuflam através de termos de uso e privacidade e linguagem (às vezes subliminares), artifícios de armadilha, de persuasão e controle social que passam despercebidas diante de grande parte da população mundial. Diante desta realidade, Ricardo Franco apresenta obras atuais e produções anteriores que se estabelecem dentro do contexto de armadilhas, instrumentos de caça camuflados que oferecem algum tipo de vantagem ou iscas para capturar algo. O uso de armadilhas como artifício tem relação analógica com o consumo, os meios de comunicação e suas esparrelas. Ao se apropriar destes objetos e de outros símbolos, o artista faz o uso da linguagem de forma objetiva e direta, levando o fruidor a pensar nestas relações de comunicação implícitas do mundo contemporâneo.

Vinícius S.A Curador


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